O Montado tem entrado em declínio desde a segunda metade do Séc. XX, sob circunstâncias ainda não esclarecidas. Considera-se que um elevado número de fatores poderá estar implicado no declínio e morte súbita dos sobreiros, e estes incluem o ataque por um complexo de doenças e pragas, a intensificação da exploração do sobreiro, e fatores abióticos, em particular a seca. O Projeto incide no estudo de fatores bióticos e abióticos que consideramos poderem ter um papel importante no declínio do sobreiro. Estudos recentes de modelação advertem que as alterações climáticas constituem um facto de risco efetivo para a sustentabilidade do sobreiro na bacia mediterrânica, por favorecerem o estabelecimento e a agressividade de agentes patogénicos.
Descritores: Seca; Montado
Durante o projeto pretende-se recolher informação sobre a disponibilidade de água para as árvores, práticas de gestão do montado, condições climatológicas, e avaliar, no campo, a performance da planta, para posteriormente comparar estes dados com o historial de declínio e integrá-los com os resultados obtidos do estudo dos organismos associados ao sistema.
Os resultados até ao momento sugerem que organismos simbiontes mutualistas do solo (fungos micorrízicos), reconhecidos como elementos funcionais do solo essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas a que estão associados, poderão ser utilizados para diagnosticar níveis de perturbação da diversidade biológica em função das praticas de uso do solo e a condição de mortalidade do sobreiro.
Em áreas semi-áridas da região do Mediterrâneo, as plantas adaptaram-se para evitar o stress devido à ocorrência de secas, desenvolvendo sistemas radiculares profundos de modo a aceder a água proveniente de aquíferos subterrâneos. Se, até agora, “phreatophytic traits” evoluíram para que a vegetação consiga lidar com a alta variabilidade interanual do clima mediterrâneo, as plantas podem não estar preparadas para enfrentar as mudanças drásticas impostas pelas mudanças climáticas em múltiplas fontes de água. Estudos recentes mostraram que os eventos extremos de seca aumentaram as taxas de mortalidade de algumas espécies de árvores ao aproximar as árvores do limiar da embolia fatal. Além do impacto direto das variáveis climáticas e do declínio da água no solo, é necessário avaliar o impacto das flutuações do lençol freático sobre as espécies lenhosas que dependem de fontes de água subterrânea para lidar com as secas recorrentes.
Descritores: Seca; água subterrânea; Floresta; Pinheiro Manso; Montado; Pinheiro Bravo; eucalipto; Azinho
O projeto visa desenvolver uma abordagem inovadora com base no sistema de informações geográficas (GIS), deteção remota e dendrocronologia para avaliar a vulnerabilidade das espécies dependentes de água subterrânea e dos espectróficos e seus respetivos ecossistemas às mudanças climáticas com relação à evolução do nível piezométrico. Este projeto pretende preencher a lacuna existente de conhecimento acima mencionada, estudando a região semi-árida do Sul de Portugal particularmente ameaçada pela desertificação: o Alentejo. Esta região é principalmente coberta por espécies agroflorestais de elevado interesse económico e dominada por espécies lenhosas conhecidas e suspeitas de phreatophytes, tais como o sobreiro, azinho, eucalipto, pinheiro bravo e pinheiro manso.
Em curso.
O crescimento e a densidade radial da madeira são altamente beneficiados pela forte diminuição dos dias frios e pelo aumento da temperatura mínima. No entanto, os benefícios são prejudicados pelo deficit hídrico de longo prazo, que resulta em diferentes níveis de impacto no crescimento e na densidade radial da madeira. Apesar da intensificação do deficit hídrico a longo prazo, a largura dos anéis de árvore parece se beneficiar do aumento mínimo de temperatura, enquanto os efeitos das secas de longo prazo prevalecem significativamente sobre a densidade dos anéis de árvores.
Portugal é um dos países europeus com maiores contrastes entre a disponibilidade de água nas estações chuvosa / fria e seca / quente. O enraizamento profundo, necessário para a sobrevivência das plantas durante o verão, ocorre devido à grande quantidade de água armazenada nas camadas profundas do solo durante o inverno. A redistribuição hidráulica - neste contexto, principalmente a elevação hidráulica - ajuda as plantas a se tornarem relativamente independentes dos eventos chuvosos. Como resultado, as plantas mantêm seu sistema radicular superficial vivo e a absorção de nutrientes das camadas superiores do solo seco continua. A elevação hidráulica no final do verão, de raízes profundas a superficiais, foi identificada no Centro e Sul de Portugal pelo sobreiro.
Estratégias combinadas, incluindo a capacidade de aumentar a absorção de água pelas raízes (oferta), para reduzir as perdas de água (procura), exigem uma análise integrada. Os ecossistemas mediterrânicos com vegetação natural, carvalho verde e bosques agrícolas tradicionalmente não regados, importantes para a sustentabilidade ecológica e económica, merecem atenção devido à sua capacidade de resistir a condições climáticas extremas, mas também porque podem ser vulneráveis à diminuição da disponibilidade de água subterrânea. A sobrevivência desses locais pode depender da absorção de água das camadas profundas do solo e das águas subterrâneas. Práticas inadequadas de rega ou uso excessivo em relação aos limites de sustentabilidade comprometem a qualidade e a quantidade de águas subterrâneas.
No sul da Europa, pomares tradicionais foram substituídos sistemas regados altamente produtivos, aumentando o uso da água.
O objetivo do projeto proposto é estudar:
(1) quais os mecanismos de sobrevivência que estão presentes e quão importantes,
2) como a importância relativa desses mecanismos muda como resultado das novas práticas de rega,
3) qual é o impacto das novas práticas na disponibilidade e qualidade da água subterrânea.
_
O Projeto diz respeito a um sector económico vital para o qual os estudos existentes sobre alterações climáticas se concentraram apenas nas condições meteorológicas, estimando um aumento na produtividade das vinhas do Douro e ignorando os danos causados pelo potencial aumento da exposição ao O3.
Funções de resposta e análise de deposição de O3, resultando na produção de um conjunto de dados de alta resolução e específico para a região do Douro.
Descritores: Vinha; Alterações climáticas; Ozono
O objetivo do projeto DOUROZONE é avaliar o risco de exposição ao ozono das vinhas da Região Demarcada do Douro em clima presente e futuro.
01-Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação. O reforço da infraestrutura e das capacidades de investigação e inovação (I&I) e da capacidade de desenvolvimento da excelência na I&I, e a promoção de centros de competência, nomeadamente os de interesse europeu.
Em curso.
Resultados provisórios: A Região Demarcada do Douro terá um aumento do stress climático e vulnerabilidade das variedades de vinho e na produção. Os resultados preliminares indicam um aumento do stress climático na produção de vinho da região do Douro e uma maior vulnerabilidade das suas castas. Esses resultados fornecerão evidências para futuras estratégias destinadas a preservar os vinhos de alta qualidade na região e sua tipicidade de forma sustentável.