Inovação para a Agricultura

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EspumaBio

Entidade líder do projeto: BIOPROTEC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ENGENHEIROS DE AGRICULTURA BIOLÓGICA
Responsável pelo projeto: BIOPROTEC Biológica
Site do projeto: https://agrobio.pt/grupos-operacionais/
Área do plano de ação: Viticultura
Parceiros:

AGROBIO - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE AGRICULTURA BIOLÓGICA; ANTÓNIO DE SAMPAIO PAIVA MARQUES DA CRUZ , UNIPESSOAL, LDA; INSTITUTO POLITÉCNICO DE COIMBRA; LUÍS MANUEL GONÇALVES DE SOUSA; QUINTA DO MONTALTO II AGROINDÚSTRIA, LDA; QUINTA DO MONTALTO, LDA


Prioridade do FEADER: P3A) aumento da competitividade dos produtores primários mediante a sua melhor integração na cadeia agroalimentar através de regimes de qualidade, do acrescento de valor aos produtos agrícolas, da promoção em mercados locais e circuitos de abastecimento curtos, dos agrupamentos e organizações de produtores e das organizações interprofissionais;
Identificação do problema ou oportunidade que se propõe abordar:

O enxofre (do latim sulphur, -ŭris) é o mais antigo pesticida conhecido. Os gregos estavam cientes das suas propriedades pesticidas já antes de 1000 a.C. Homero, no século IX a.C., recomendava prevenir a peste através do recurso ao enxofre. No século XII, os chineses inventaram a pólvora, uma mistura explosiva de nitrato de potássio (KNO3), carbono e enxofre. Somente nos finais da década de 1770 através de Antoine Lavoisier a comunidade científica passou a considerar o enxofre como um elemento químico e não um composto. Em diversas formulações, o enxofre foi sempre o principal fungicida usado em todo o mundo, no controlo do oídio da videira. Já durante a Idade Média, o "Enxofre" era aplicado nos vinhos com o objetivo de, durante a fermentação alcoólica dos mostos, inibir o desenvolvimento das bactérias e das leveduras não desejadas. Presente em todas as regiões vitícolas de Portugal o fungo E. necator, vulgarmente designado por "oídio da videira" e originário da América do Norte, viu a sua presença registada em Portugal, pela primeira vez, em 1852. É, desde então, uma das principais doenças da videira podendo os seus ataques provocar, em castas sensíveis e em anos favoráveis, graves prejuízos não só devido às perdas de produção como, também, ao elevado número de tratamentos (preventivos e curativos) com fungicidas exigidos para o seu controlo manifestando, assim, a maior importância económica em todo o mundo vitícola. De acordo com Neves (2000) e Júlio (2001) há três estados fenológicos da videira em que é fundamental intervir: cachos visíveis (F); floração/alimpa (I-J) e bago de ervilha (K). Pode recorrer-se a dois tipos de produtos: inorgânicos (enxofre) e orgânicos (IBE- Inibidores da biossíntese de esteróis, por exemplo). Contudo, quando o enxofre é aplicado em excesso nos tratamentos fitossanitários da vinha, além de se conduzir à acidificação do solo, provoca-se geralmente, o desenvolvimento do ácido sulfídrico (H2S) de cheiro característico a "ovos podres", o que retira qualidade ao vinho. Atualmente, a forma de enxofre mais aplicada nos vinhos é o dióxido de enxofre (SO2), com as finalidades de antioxidante, bactericida e fungicida. O dióxido de enxofre (SO2), anidrido sulfuroso, também vulgarmente designado como "sulfitos" e que na natureza se produz pela atividade vulcânica, obtém-se pela combustão do enxofre. É um gás denso, incolor, tóxico e a sua inalação causa uma "irritação violenta".

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa, com exceção das pessoas asmáticas por serem particularmente sensíveis ao dióxido de enxofre e este ser potencialmente perigoso para este grupo de pessoas, pode consumir diariamente, no máximo, o equivalente a 0,7mg de SO2/litro por quilo de peso. O mesmo será dizer que uma pessoa com 70 kg pode consumir, por dia, até 49 mg de SO2  Como os limites máximos atuais de sulfuroso para os espumantes naturais biológicos se situam em 205 mg/l e em 15 mg/l para os espumantes de qualidade biológica, significa que uma pessoa com 70 kg, pode ingerir, no limite, 23 cl de Vinho Espumante com 205 mg/l de sulfuroso. No limite, poderá ingerir uma das seguintes quantidades de vinho: 21 cl de V. Espumante com 235 mg/l; ou 23 cl de V. Br./Rosado com 210 mg/l; ou 30 cl de V. T./Palhete com 160 mg/l. Estamos perante um problema que o vitivinicultor não tem conseguido ultrapassar. Por um lado a OMS reconhece a perigosidade do SO2 nos vinhos para o consumidor e por outro os vitivinicultores na sua generalidade, com os conhecimentos que detêm sobre este assunto, não sabem como reduzir as quantidades de SO2 que utilizam na fermentação e estágio dos seus vinhos sem colocar em risco o processo de vinificação.


Objetivos visados:

Objetivo global: O projeto "Vinificação de Espumantes em Produção Biológica" visa o incremento da produção, economicamente viável, de Vinhos Espumantes Biológicos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a biodiversidade.

Objetivos operacionais (Ações): Experimentar um método de aplicação de mosto fresco, ou amuado, em substituição da adição de açúcar de cana, segundo o método biológico de vinificação e estágio de espumantes, o que permite a aplicação de, no máximo, metade da dose de SO2 autorizada pelo Reg. UE nº 315/2012 da Comissão de 12/Abril. Experimentar diferentes práticas agronómicas que permitam otimizar a produção através da realização de um menor número de tratamentos fitossanitários à base de enxofre, avaliando os resultados na qualidade e quantidade do fruto produzido e que dará origem ao mosto a ser utilizado no processo de vinificação. Pretende-se essencialmente a redução da quantidade de compostos sulfurosos e o aumento da fertilidade do solo no sentido lato, melhoria das componentes física, química e biológica.

Este projeto tem um caráter inovador pois vamos obter um vinho feito exclusivamente com mosto de uvas, sem a adição de açúcar de cana, e que minimiza os problemas causados pelo consumo de dióxido de enxofre (potencialmente muito perigoso para o grupo das pessoas asmáticas) ao reduzir em, pelo menos, 50% a quantidade de sulfuroso aplicado nos vinhos espumantes biológicos. Ao mesmo tempo tem um caráter preventivo, integrador e sustentável contemplando os efeitos das práticas agronómicas em AB a montante da produção do mosto que será utilizado no processo de vinificação, na tentativa de melhorar a qualidade do mesmo, especialmente pela redução dos teores em enxofre e melhoria do estado nutricional das plantas como consequência direta da maior fertilidade dos solos.


Sumário do plano de ação:

Resolução do problema da concentração em excesso de SO2 nos vinhos, para os consumidores, pela experimentação da produção de Espumante Biológico com adição de mosto fresco, ou com mosto amuado pelo frio para obter menos de 50% da dose autorizada.


Pontos de situação / Resultados:

Resultados do GO divulgados em póster na Cimeira Cimeira Nacional de AgroInovação 2022, realizada 11 e 12 de outubro no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas - CNEMA, em Santarém. Consulte Póster aqui (pdf)

O dióxido de enxofre (sulfitos) é reconhecido como perigoso pela OMS para os consumidores. No entanto, os vitivinicultores não sabem como reduzir as quantidades de dióxido de enxofre que utilizam na fermentação e estágio dos seus vinhos sem colocar em risco o processo de vinificação. Durante os anos de projeto temos conseguido provar que é possível produzir espumante exclusivamente com mosto, sem adição de açúcar de cana, e com metade da dose do sulfuroso autorizado, sem prejuízo da qualidade organolética do produto final.

DOCUMENTOS

Atas:

Divulgação e Informação Técnica:

Vídeos:

Fotografias: