Identificação do problema ou oportunidade que se propõe abordar:
A ausência de áreas de regeneração natural (natural regeneration hotspots) é a principal ameaça à persistência e à sustentabilidade económica e ecológica dos montados de sobro (Q. suber) e de azinho (Q. rotundifolia) no sul de Portugal. Esta ameaça consubstancia-se no contexto da atual gestão dos montados que: a) recorre quase exclusivamente à regeneração artificial (principalmente por plantação), com elevados custos, agravados aquando do insucesso das jovens plantas e; b) inclui uma intensificação de uso do solo (especificamente pelo pastoreio intensivo com gado bovino) e/ou uma extensificação com ausência de gestão florestal e falta de alternativas de uso do solo. Este facto é motivo de preocupação para os proprietários/gestores florestais que necessitam, urgentemente, de implementar práticas de gestão adequadas para: i) aproveitar e gerir as áreas de regeneração natural que ocorrem espontaneamente nos seus montados e, mais importante; ii) sistematizar as condições locais favoráveis ao aparecimento das áreas de regeneração natural e replicá-las em outras áreas potenciais. Este grupo operacional propõe a implementação de esquemas de agricultural set-aside em áreas espontâneas e em áreas potenciais de regeneração natural de sobreiro e de azinheira para a sua promoção. Esta implementação inclui a gestão e a condução destas áreas de regeneração compatíveis e parte integrante dos planos de gestão dos montados. Ao gerir as áreas de regeneração natural de sobreiro e de azinheira que ocorrem espontaneamente no seus montados e ao ampliar estas áreas de ocorrência de regeneração natural com sucesso em áreas potenciais, os proprietários/gestores florestais asseguram a sustentabilidade ecológica e económica de um sistema agroflorestal de alto valor ambiental. A promoção da regeneração natural de sobreiro e de azinheira na condução/gestão dos montados constitui uma das linhas estruturantes de ações de investigação incluída na agenda de investigação e inovação do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça.
Objetivos visados:
O principal objetivo é contribuir para dotar os proprietários/gestores florestais de modelos e de recomendações de gestão de áreas de agricultural set-aside em montados de sobro e de azinho.
Estes modelos e recomendações de gestão devem proporcionar a adequação das atuais técnicas de:
- gestão do sob-coberto (método, intensidade, periodicidade), de promoção da regeneração natural (regeneração natural assistida) e;
- de gestão do arvoredo para a manutenção e potenciação de áreas regeneração natural e povoamentos jardinados (natural regeneration hotpspots), durante o período de exclusão de atividade produtiva (agricultural set-aside).
De acordo com este objetivo, é necessário compreender os padrões de ocorrência de regeneração natural de sobreiro e de azinheira nas áreas de agricultural set-aside à escala local para o sobreiro (em condições de clima mais mésico, em que a proximidade do Atlântico proporciona pequenas oscilações térmicas); e para a azinheira (em condições de clima mais xérico, onde a continentalidade proporciona uma maior amplitude térmica e menor humidade relativa).
A compreensão desses padrões, para o sobreiro e para a azinheira, passa por responder a duas questões principais:
i) Qual o período mínimo de agricultural set-aside?; e
ii) Qual é a dinâmica da influência do tipo de vegetação espontânea (sob-coberto) na regeneração natural durante o período de agricultural set-aside?
Sumário do plano de ação:
A ausência de áreas de regeneração natural (natural regeneration hotspots) é a principal ameaça à persistência e à sustentabilidade económica e ecológica dos montados de sobro (Q. suber) e de azinho (Q. rotundifolia) no sul de Portugal. Esta ameaça consubstancia-se no contexto da atual gestão dos montados que:
i) recorre quase exclusivamente à regeneração artificial (principalmente por plantação), com elevados custos, agravados aquando do insucesso das jovens plantas e;
ii) inclui uma intensificação de uso do solo (especificamente pelo pastoreio intensivo com gado bovino) e/ou uma extensificação com ausência de gestão florestal e falta de alternativas de uso do solo.
O Grupo Operacional OakReGeneration assume que as áreas de regeneração natural (natural regeneration hotspots) de sobreiro e de azinheira, que ocorrem espontaneamente nos nossos montados, devem ser aproveitadas, geridas e potenciadas, uma vez que as jovens plantas estão bem adaptadas às condições locais, edafoclimáticas e biofísicas e apresentam (por essa razão) elevadas taxas de sucesso, contribuindo decisivamente na sustentabilidade a longo prazo destes ecossistemas, sem custos elevados para proprietários e gestores florestais. Neste contexto, o Grupo Operacional OakReGeneration propõe aos proprietários/gestores florestais a implementação de esquemas de agricultural set-aside em áreas espontâneas e em áreas potenciais de regeneração natural de sobreiro e de azinheira nos seus montados, para a perpetuação e potenciação de áreas de regeneração natural.
Estes esquemas incluem ações adequadas de:
i) gestão do sob coberto (matos);
ii) promoção específica da regeneração natural e;
iii) gestão do arvoredo.
Ao implementar esquemas de agricultural set-aside perfeitamente enquadrados na gestão agroflorestal do montado, ao gerir as áreas de regeneração natural de sobreiro e de azinheira que ocorrem espontaneamente no seus montados e ao ampliar estas áreas de ocorrência de regeneração natural com sucesso em áreas potenciais, os proprietários/gestores florestais asseguram a sustentabilidade ecológica e económica de um sistema agroflorestal de alto valor ambiental. A promoção da regeneração natural de sobreiro e de azinheira na condução/gestão dos montados constitui uma das linhas estruturantes de ações de investigação incluída na agenda de investigação e inovação do Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça.
Pontos de situação / Resultados:
Ações de Demonstração
1. Duas ações de demonstração no campo: Efeito da exclusão de atividade produtiva no processo de regeneração natural do sobreiro e da azinheira – Implementação de áreas piloto. Coordenação do INIAV e participação direta de dois parceiros, CL (sobreiro) e EDIA (azinheira), e de três associações, ACHAR, ANSUB e AFLOSOR.
2. Uma ação de demonstração no campo: Corte de matos e proteção de regeneração natural de azinheira. Coordenação da associação AFLOSOR com a participação direta dos parceiros PAUL e ANTA e ALMEIDA e do INIAV.
As evidências desta ação de demonstração consistem em fotografias no PAUL (AFLOSOR).
3. Uma ação de demonstração no campo: Corte de matos e proteção de regeneração natural de sobreiro. Coordenação da associação ANSUB com a participação direta dos parceiros SILVEIRA e ALMEIDA e do INIAV.
4. Uma ação de demonstração no campo: Corte de matos e proteção de regeneração natural de azinheira e sobreiro. Coordenação da associação ACHAR com a participação direta dos parceiros POMBAS e NETTO e do INIAV.
5. Duas ações de demonstração no campo: Aplicação de fertilização biológica em regeneração natural de sobreiro. Coordenação do INIAV e participação direta de duas associações parceiras (ACHAR e AFLOSOR) e de dois parceiros NETTO (ACHAR) e PAUL (AFLOSOR). Na área de demonstração da herdade das Balsas (NETTO)
6. Duas ações de demonstração no campo: Efeito da exclusão de atividade produtiva no processo de regeneração natural com sobreiro. Coordenação do INIAV e participação direta de um parceiro (CL).
Esta duas ações de demonstração consistem, respetivamente, num flyer e agenda das duas ações e foram submetidas anteriormente a apreciação no formato de pdf.
(fotos das ações de demonstração)
Material Produzido
Manual de Técnicas de Gestão de Áreas de Regeneração Natural de Sobreiro e de Azinheira no Site do GO OakRegeneration
Fichas técnicas no Site do GO OakRegeneration
Publicações
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