AGRO-VALE LONGO, LDA; ASSOCIACAO DE BENEFICIARIOS DA OBRA DE REGA DE ODIVELAS; ASSOCIACAO DE BENIFICIARIOS DA OBRA DA VIGIA; ASSOCIACAO DE REGANTES E BENEFICIARIOS DO VALE DO SORRAIA; CENTRO OPERATIVO E DE TECNOLOGIA DE REGADIO; INSTITUTO NACIONAL DE INVESTIGAÇÃO AGRÁRIA E VETERINÁRIA IP; INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL; LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL, I.P.; MENCOCA AGRICULTURA; SOCIEDADE AGRICOLA BICO DA VELA II; UNIVERSIDADE DE ÉVORA.
A melhoria de eficiência dos Aproveitamentos Hidroagrícolas, através do uso eficiente da água e da energia, constitui uma das principais preocupações das EG, entidades gestoras dos Aproveitamentos Hidroagrícolas, que são as Associações de Regantes e Beneficiários (AR) ou as Juntas de Agricultores (JA) (47 Associações de Regantes e Beneficiários e, nos regadios tradicionais, mais de 2500 as Juntas de Agricultores homologadas pela DGADR. É também uma prioridade do Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR2020), não só pela crescente pressão regulamentar da PAC, enquadrada pela Diretiva-Quadro da Água (DQA) e Planos de Gestão de Região Hidrográfica (PGRH), como também pela promoção da eficiência económica e ambiental, do Plano Nacional para o Uso Eficiente da Água (PNUEA), da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC) ou do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE). Nos Aproveitamentos Hidroagrícolas, as perdas de água podem ascender a 40% da água entrada nos sistemas com superfície livre e a 30% nos sistemas em pressão. O PNUEA identificou ambiciosas metas para a redução das ineficiências nos sectores urbano, agrícola e industrial – 20, 35 e 15%, respetivamente. No entanto, enquanto no setor urbano houve uma melhoria notória em termos de ineficiência no uso da água entre 2000 e 2010, passando de 40% para 25%, no setor agrícola a redução no mesmo período foi menos expressiva, passando de 40% para 37,5%. Estes valores denotam que é crucial uma aposta em instrumentos que permitam redução da ineficiência no uso da água no setor agrícola. Em alguns Aproveitamentos Hidroagrícolas, o custo da energia pode chegar a representar cerca de 70% do preço da água para rega. Existe, assim, um elevado potencial de poupança no setor que, de acordo com a União Europeia (JOUE, 2012) 15 , só ao nível das estações elevatórias, se estima que seja da ordem dos 20 a 30%. Assim, a crescente consciencialização sobre o consumo de energia associado ao bombeamento para captação, transporte e distribuição de água nos sistemas de abastecimento hidroagrícolas faz com que a ineficiência no uso da água deva ser vista de uma forma integrada para preservação dos recursos e para garantia da sustentabilidade dos sistemas.
O objetivo principal desta iniciativa é a criação de um sistema para a avaliação da eficiência do uso da água e da energia adaptado aos Aproveitamentos Hidroagrícolas e para apoio na tomada de decisão sobre propostas de soluções para a melhoria da eficiência no uso da água e da energia, desenvolvendo-se, para tal, um conjunto de instrumentos de apoio à capacitação das EG e de recomendações aos agricultores. Os resultados decorrentes da presente iniciativa, permitirão ao projeto AGIR constituir-se uma referência em termos de perdas de água e de energia em AH a nível nacional e internacional.
Para o efeito, serão adotadas, como ponto de partida, abordagens consolidadas e as ferramentas de análise mais recentes inovadoras, no sentido de atingir os seguintes objetivos específicos:
1. Caracterização geral dos Aproveitamentos Hidroagrícolas em termos de perdas de água e de energia;
2. Desenvolvimento e teste de metodologias para cálculos dos balanços hídrico e energético e de métricas de avaliação de desempenho específicos para os Aproveitamentos Hidroagrícolas;
3. Elaboração da aplicação computacional para cálculo de balanços hídrico e energético e do respetivo sistema de indicadores de desempenho;
4. Estimativa global das eficiências hídrica e energética dos Aproveitamentos Hidroagrícolas portugueses;
5. Estabelecimento de soluções para melhoria da eficiência hídrica e energética em subsectores dos Aproveitamentos Hidroagrícolas considerados prioritários;
6. Elaboração de guias técnicos com recomendações para implementação da metodologia desenvolvida.
Os resultados a atingir são orientados pela natureza concreta do problema e para a aplicação na prática produtiva, assentando em processos que potenciem a aplicação prática dos resultados da iniciativa, de forma acessível a todos os interessados.
Desenvolver sistema de avaliação da eficiência do uso da água e da energia em aproveitamentos hidroagrícolas.
Ponto de situação (janeiro 2021)
O projeto, encontra-se na fase final, em curso, que inclui o desenvolvimento de uma plataforma de cálculo dos Balanços Hídrico e Energético e o respetivo sistema de avaliação de desempenho (agir.ips.pt); estimativa das eficiências hídricas e energéticas para os casos-piloto; estabelecimento de soluções para melhorar a eficiência hídrica e energética; e, preparação de guias técnicos incluindo recomendações para a implementação da metodologia desenvolvida. Para além da necessidade de melhorar o controlo operacional das infraestruturas para uma gestão mais eficiente do nexo água-energia,
O projeto AGIR tem demonstrado a grande importância de se investir na reabilitação, na manutenção dos equipamentos de operação e controlo e no reforço de capacidade de armazenamento. É também fundamental a adoção pelos agricultores de tecnologias que promovam o uso mais eficiente dos recursos, com ênfase no aumento dos níveis de eficiência do uso de água e energia.
A aplicação das medidas propostas pela abordagem do projeto AGIR (reabilitação de canais, subsídio de medidores, reabilitação de bombas e turbinas), deverá alcançar uma redução nas perdas físicas (por exemplo, perdas por descargas) e melhoria da eficiência das bombas e turbinas, entre 25 e 30%. Este projeto de I&D traz uma nova mentalidade para o setor do regadio e está preparado para ser demonstrado a nível nacional, em mais de 75 sistemas coletivos de regadio, e a nível internacional, envolvendo entidades como as 4 Federações Nacionais que fazem parte dos Irrigants d’Europe, agricultores, administração pública e associações regionais de utilizadores e gestores de água para rega.
Eventos
Notícias
Em Vida Rural publicado a 08/10/2018
Em Ambiente online publicado a 08/10/2018
Em AGROTEC publicado a 09/19/2018
Em rederural.gov.pt publicado a 18/10/2018
Em fenareg.pt publicado a 29/10/2018
Em fenareg.pt publicado a 20/11/2018
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Artigos
Autor: Henrique Machado Correia da Cunha
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