ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE MACA DE ALCOBAÇA; CAMPOTEC IN - CONS. E TRANSFORMAÇÃO DE HORTOFRUTÍCOLAS, SA; CENTRO OPERATIVO E TECNOLÓGICO HORTOFRUTÍCOLA NACIONAL; COOPERFRUTAS - COOP PRODUTORES FRUTA E PROD HORTICOLAS DE ALCOBACA CRL; FACULDADE DE CIENCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA; FRUBAÇA - COOPERATIVA DE HORTOFRUTICULTORES CRL; FRUTALCOA SOCIEDADE DE AGRICULTURA DE GRUPO LDA; GRANFER - PRODUTORES DE FRUTAS, CRL; INSTITUTO SUPERIOR DE AGRONOMIA; SOATI - SOCIEDADE DE AGRICULTURA DE GRUPO LDA
Nos últimos anos tem-se verificado uma maior preocupação por parte dos consumidores em relação aos alimentos que consomem. Procuram cada vez mais uma alimentação saudável, saborosa e segura. Existe também uma crescente preocupação com as consequências, tanto ao nível da saúde pública como da poluição ambiental, resultantes da utilização excessiva de químicos. A isto acrescenta-se a grande dificuldade de exportar para países com legislações muito rigorosas em relação aos resíduos mínimos permitidos. Assim, torna-se necessária uma mudança de atitude no sentido de procurar soluções alternativas aos químicos, que permitam incrementar a oferta de produtos vegetais frescos de qualidade, com resíduos mínimos ou zero. A maçã constitui a principal cultura permanente em Portugal continental, seguida pela laranja, pêra e estima-se que nos próximos anos a sua produção irá aumentar. Na campanha 2015, a produção de maçã alcançou as 340 mil toneladas, representando um aumento de 25%, face ao ano anterior devido especialmente à entrada em produção das novas plantações que se têm realizado.
Atualmente existem no país 4 indicações geográficas protegidas para a maçã, das quais a “Maçã de Alcobaça” representa 25% do total da produção nacional. A maçã de Alcobaça é associada a uma qualidade superior e a um sabor característico resultante das condições edafoclimáticas da respetiva região de produção, tendo uma elevada procura no mercado nacional e internacional. Neste contexto, mediante a utilização demetodologias de vertente mais ecológica,já estudadas e desenvolvidas à escala laboratorial, pretende-seconservar as características de qualidade diferenciadoras da maçã de Alcobaça, durante um período de tempo mais prolongado. Desta maneira, pretende-se também devido a que a disponibilidade de frutos frescos de elevada qualidade e segurança, durante mais tempo, permitirá aumentar o volume de exportação e conquistar novos nichos de mercado.
O objetivo principal consiste na conservação a longo prazo dos atributos de qualidade da maçã de Alcobaça, visando a obtenção de frutos com resíduos zero ao nível da aplicação de produtos na pós-colheita. Para cumprir este objetivo propõe-se:
- Avaliar a influência de diversas técnicas culturais e tratamentos de pré-colheita, na resistência do fruto às alterações fisiológicas e patologias, durante o período de conservação: Frubaça – ensaio de rega, fertilização e aplicação de cálcio (2 pomares de maçãs da variedade Gala) Granfer e INIAV - ensaio de polinização (1 pomar de Gala de cada parceiro)
- Aplicar metodologias para a conservação de longa duração (6-8 meses) nomeadamente: atmosferas controladas (AC), 1-metilciclopropeno (1-MCP) atmosferas controladas dinâmicas (ACD): Campotec (4 ensaios em AC e 2 ensaios em ACD), Cooperfrutas (2 ensaios em ACD, em que um deles combina frutos tratados com 1-MCP e Frubaça (4 ensaios com 1-MCP e 2 com AC);
- Aplicar tratamentos de pós-colheita alternativos aos químicos, tais como: soluções de cálcio, revestimentos bioativos e tratamentos térmicos moderados. Ensaios à escala piloto: câmaras do INIAV e do ISA Ensaios à escala industrial: Campotec, Cooperfrutas e Frubaça (1 palote/tratamento e respetivos controlos);
- Aumentar o tempo de vida de prateleira. Será avaliada a influência de cada um dos tratamentos aplicados na qualidade dos frutos durante o tempo de prateleira (INIAV e ISA).
De uma forma geral, mediante a otimização da aplicação das técnicas culturais pretende-se aumentar a resistência intrínseca dos frutos ao desenvolvimento de patologias e fisiopatias favorecendo assim a capacidade de conservação dos mesmos. Isto, aliado à utilização de metodologias de conservação alternativas aos químicos, permitirá obter um produto diferenciado, com resíduos zero ao nível de aplicação de produtos na pós-colheita. Todos este aspetos, traduzem-se numa valorização acrescida do produto, devido ao reconhecimento de garantia de qualidade e de segurança por parte do consumidor, o que também permitirá aumentar quotas de mercado e de penetração em segmentos de mercado diferenciados.
Pretende-se conservar a longo prazo a qualidade nutricional, funcional e organoléptica da maçã de Alcobaça, visando a obtenção de um produto com elevados padrões de qualidade gustativa e segurança. De uma forma geral, mediante a optimização da aplicação das técnicas culturais, pretende-se aumentar a resistência intrínseca dos frutos ao desenvolvimento de patologias e fisiopatias, favorecendo assim a capacidade de conservação dos mesmos. Isto, aliado à utilização de metodologias de conservação alternativas aos químicos, permitirá obter um novo produto, diferenciado, com resíduos zero ao nível de aplicação de produtos na pós-colheita. Todos estes aspectos traduzem-se numa valorização acrescida do produto, devido ao reconhecimento de garantia de qualidade e de segurança por parte do consumidor, o que também permitirá aumentar quotas de mercado e de penetração em segmentos de mercado diferenciados.
O objetivo principal do GO consistiu na conservação a longo prazo dos atributos de qualidade da maçã de Alcobaça, visando a obtenção de frutos com resíduos zero ao nível da aplicação de produtos na pós-colheita.
De uma forma geral, mediante a otimização da aplicação das técnicas culturais, pretendia-se aumentar a resistência intrínseca dos frutos ao desenvolvimento de patologias e fisiopatias, favorecendo assim a capacidade de conservação dos mesmos. Isto, aliado à utilização de metodologias de conservação alternativas aos químicos, permitiria obter um produto diferenciado, com resíduos zero ao nível de aplicação de produtos na pós-colheita.
Os resultados obtidos neste estudo permitiram não só contrariar a ideia de que maiores quantidades de água e de azoto aplicadas garantem, necessariamente, uma maior produtividade ou frutos maiores, mas também confirmar o efeito prejudicial da rega e fertilização azotada excessivas na qualidade da maçã à colheita. De facto, a aplicação excessiva destes fatores, no mês antecedente à colheita, afetou negativamente características coloriméticas, gustativas e a firmeza da polpa. Em relação à conservação, concluiu-se, ainda que de forma pouco consistente, que os excessos de rega e/ou fertilização azotada influenciaram negativamente a capacidade de conservação dos frutos, contribuindo para uma degradação mais acentuada da sua qualidade durante o período de pós-colheita. Confirmou-se a ACD como o sistema mais adequado para conservação da maçã ‘Gala’.
Quanto ao conteúdo de compostos antioxidantes verificou-se que a composição fenólica, e consequente a capacidade antioxidante dos frutos, é influenciada por múltiplos fatores. A rega em excesso tende a influenciar negativamente a síntese de fenóis. A adubação azotada em excesso tende a influenciar negativamente a síntese de fenóis. A composição fenólica é pouco influenciada pelas condições de armazenamento e, as condições climáticas e ano de colheita, são fatores determinantes da qualidade dos frutos.
O perfil volátil das maçãs analisadas à colheita e após 8 meses de conservação foi caracterizado pela dominância de trans, trans-α-farneseno, de éster hexílico do ácido octanóico, de 2-etil-1- hexanol e de acetato de hexilo. Independentemente da modalidade agrícola e do método de conservação utilizado, o período de armazenamento de 8 meses teve o maior impacto negativo
na emissão de trans, trans-α-farneseno.
Quanto à aplicação de revestimentos para conservação pós-colheita, pode concluir-se que, nas condições do estudo, os resultados obtidos mostram que a aplicação de revestimentos bioedíveis à base de óleos essenciais voláteis e não voláteis representam uma alternativa viável ao uso de tratamentos químicos para a conservação pós-colheita da maçã ‘Gala’.
Em relação ao ensaio de caracterização de novos clones de maçã ‘Gala’, é possível concluir que, os resultados das análises realizadas à coloração, índice de qualidade, teor de compostos fenólicos totais e capacidade antioxidante indicam que os novos clones ´Gala´ apresentam características mais ajustadas às tendências do mercado que os clones atualmente predominantes. Em particular, os clones Schniga SchniCo, Schniga SchniCo Red, Redlum Perathoner, Venus Fengal, Decarli Fendeca e Star Galafab parecem exibir potencial para responder aos desafios atuais dos mercados.
Ações de divulgação:
Documentação:
Todos os documento produzidos (pósteres, artigos, apresentações), estão dísponiveis para consulta no site do projeto em: https://safeapple.webnode.pt/