Foi concluído recentemente o projeto “ECOFOR.PT – Valorização económica dos bens e serviços dos ecossistemas de Portugal Continental” apoiado pela Operação 20.2.3 – Assistência Técnica RRN – Área 3 (Candidatura N.º PDR 2020-2023-045913).
A equipa de investigação integrou colaboradores da Católica Porto Business School (Américo M. S. Carvalho e Miguel Sottomayor, professores associados da UCP, apoiados pela bolseira Sofia Moura), entidade que coordenou o projeto, do Departamento de Economia, Sociologia e Gestão da UTAD (Lívia Madureira, professora associada da UTAD, apoiada pelo bolseiro José Victorino Cristiano do Rosário) e da FORESTIS – Associação Florestal de Portugal (Rosário Alves, coordenadora técnica da FORESTIS).
O essencial deste projeto consistiu em atualizar, completar e melhorar as muito poucas e já datadas estimativas disponíveis sobre o Valor Económico Total da floresta portuguesa, dando especial atenção às componentes deste valor que se referem aos serviços ambientais.
Os resultados que se destacam deste trabalho são os seguintes:
• no período de 2014 a 2019 o Valor Económico Total da floresta portuguesa, estimado por defeito, a preços de 2016, passou de valores um pouco acima dos 2 biliões de euros (2,1 biliões) para valores inferiores (1,75-1,88 biliões);
• nestes valores já estão deduzidos os custos dos incêndios florestais;
• o Valor Económico Total pode tornar-se negativo se houver a ocorrência de incêndios florestais com a gravidade dos do ano 2017;
• quase metade do Valor Económico Total corresponde aos usos recreativos e aos serviços ambientais, valores estes que beneficiam a sociedade como um todo, mas que quase não se traduzem em rendimento para os produtores florestais;
• no período de 2014 a 2019, não contando com o ano de 2017, o valor médio dos usos recreativos e dos serviços ambientais foi de 177 € por hectare de espaço florestal (floresta + matos e pastagens), a preços de 2016;
• distribuindo o Valor Económico Total por espécies a situação é a seguinte:
o as resinosas, o eucalipto e o sobreiro mais a azinheira correspondem cada um a um pouco mais de 20% do Valor Económico Total;
o as outras folhosas mais os matos e pastagens correspondem a quase um terço desse valor.
Estes e outros resultados, bem como uma apresentação muito detalhada das fontes de informação e dos pressupostos subjacentes às estimativas efetuadas podem ser objeto de consulta no relatório do projeto que ficará disponível no seguinte endereço:
https://www.catolicabs.porto.ucp.pt/pt/cegea-consultoria#ecofor
Aqui também ficará disponível a base de dados bibliográfica que foi compilada para apoio ao projeto.
De referir, também, que o relatório científico contém um glossário com termos técnicos e económicos que surgem no domínio coberto pelo projeto.
Por: Américo M. S. Carvalho Mendes (Católica Porto Business School)
Noticia enviada pela Universidade Católica Portuguesa