Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;Fundação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa;Centro Operativo e Tecnológico do Arroz
As emissões de Azoto gasosas raramente foram medidas em culturas regadas nos países do sul da Europa. Em condições de solo aeróbio bem drenado, o NO é o gás dominante produzido a partir da nitrificação. Em condições mais húmidas, N2O + N2 da nitrificação + desnitrificação tornam-se os gases dominantes. Os gases de efeito estufa (GEEs) (NO + N2O) são espacialmente variáveis e podem ser promovidos pelas adições N e C. Nos campos de arroz inundados, a drenagem intermitente são úteis para reduzir a emissão de CH4, outro GEE importante.
No entanto, após o alagamento de solos com drenagem intermitente, podem ser observado um aumento das emissões de N2O. Perdas de azoto amoniacal também podem ocorrer por um período de 7-14 dias após a introdução do fertilizante NH4+ e podem chegar a 60% do N dependendo do pH do solo e da concentração de NH4+, especialmente em caso de cheia. Uma estratégia para reduzir as perdas de N (gasosas e lixiviantes) e melhorar a eficiência do uso de fertilizantes no cultivo de arroz regado é a incorporação de N aplicado abaixo da superfície do solo e o uso de fertilizantes NH4+. Os microrganismos e plantas do solo podem produzir pelo menos 400 COVs (GEE), incluindo aldeídos, cetonas, ácidos orgânicos, alcanos e alcanos C2-C4, etc.
Descritores: Regadio; arroz; Gases com Efeito de Estufa; Azoto; Fertilizantes; Alterações Climáticas
Os objetivos do estudo foram os seguintes:
i) avaliação da dinâmica do azoto (N) em cada talhão, e na lâmina de água à superfície dos solos, durante os ciclos culturais do arroz,
ii) avaliação da mineralização potencial do N nos solos, em condições aeróbias e anaeróbias, simulando o período cultural (25 ºC) e pós-colheita (10 ºC),
iii) avaliação das atividades enzimáticas, biomassa microbiana e presença de cianobactérias em cada talhão,
iv) avaliação da resposta do arroz (Oryza sativa L. cv. Ariete) às práticas culturais, tipo de solo e condições climáticas,
v) avaliação da eficiência da utilização do N pela cultivar de arroz Ariete, num ensaio em vasos,
vi) avaliação da cor das folhas (SPAD), capacidade fotossintética da cultura e qualidade do grão, em resposta aos tratamentos,
vii) avaliação das emissões de gases com efeito de estufa (CH4, N2O, COV) e NH3 em cada talhão,
viii) estabelecimento das relações entre as emissões de COVs e as práticas de cultivo, o tipo de solo e as características climáticas.
Este projeto teve vários outputs. Dos quais reteriram-se as seguintes conclusões, considerando as implicações para alterações climáticas na produção de arroz:
(1) O aumento potencial da temperatura do ar pode limitar o rendimento do arroz num futuro próximo na região do Mediterrâneo, onde o cenário de mudanças climáticas representa uma séria ameaça,mas mais trabalhos de campo são necessários;
(2) O aumento da temperatura, isoladamente, ou combinada com o elevado teor de CO2 não teve efeitos sobre o contéudo total de Azoto disponível no solo e na água;
(3) O aumento de CO2 tem efeitos positivos e negativos na qualidade do arroz, dependendo do uso final do grão;
(4) Conclui-se que, além da produtividade, o aumento das fibras alimentares pode ser outro efeito positivo dos altos níveis de CO2 atmosférico esperados até meados do século actual;
(5) No geral, os resultados indicaram que durante os estágios iniciais do desenvolvimento das plantas, os fotossintetizados foram usados principalmente para sintetizar proteínas e atender à procura de crescimento da planta.
Redução do crescimento na maturidade disponibilizou mais recursos para a síntese de compostos fenólicos.