Instituto Superior Técnico; Instituto Superior de Agronomia; Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P
Em áreas semi-áridas da região do Mediterrâneo, as plantas adaptaram-se para evitar o stress devido à ocorrência de secas, desenvolvendo sistemas radiculares profundos de modo a aceder a água proveniente de aquíferos subterrâneos. Se, até agora, “phreatophytic traits” evoluíram para que a vegetação consiga lidar com a alta variabilidade interanual do clima mediterrâneo, as plantas podem não estar preparadas para enfrentar as mudanças drásticas impostas pelas mudanças climáticas em múltiplas fontes de água. Estudos recentes mostraram que os eventos extremos de seca aumentaram as taxas de mortalidade de algumas espécies de árvores ao aproximar as árvores do limiar da embolia fatal. Além do impacto direto das variáveis climáticas e do declínio da água no solo, é necessário avaliar o impacto das flutuações do lençol freático sobre as espécies lenhosas que dependem de fontes de água subterrânea para lidar com as secas recorrentes.
Descritores: Seca; água subterrânea; Floresta; Pinheiro Manso; Montado; Pinheiro Bravo; eucalipto; Azinho
O projeto visa desenvolver uma abordagem inovadora com base no sistema de informações geográficas (GIS), deteção remota e dendrocronologia para avaliar a vulnerabilidade das espécies dependentes de água subterrânea e dos espectróficos e seus respetivos ecossistemas às mudanças climáticas com relação à evolução do nível piezométrico. Este projeto pretende preencher a lacuna existente de conhecimento acima mencionada, estudando a região semi-árida do Sul de Portugal particularmente ameaçada pela desertificação: o Alentejo. Esta região é principalmente coberta por espécies agroflorestais de elevado interesse económico e dominada por espécies lenhosas conhecidas e suspeitas de phreatophytes, tais como o sobreiro, azinho, eucalipto, pinheiro bravo e pinheiro manso.
Em curso.
O crescimento e a densidade radial da madeira são altamente beneficiados pela forte diminuição dos dias frios e pelo aumento da temperatura mínima. No entanto, os benefícios são prejudicados pelo deficit hídrico de longo prazo, que resulta em diferentes níveis de impacto no crescimento e na densidade radial da madeira. Apesar da intensificação do deficit hídrico a longo prazo, a largura dos anéis de árvore parece se beneficiar do aumento mínimo de temperatura, enquanto os efeitos das secas de longo prazo prevalecem significativamente sobre a densidade dos anéis de árvores.