CENTRO NACIONAL DE COMPETENCIAS DOS FRUTOS SECOS - ASSOCIAÇÃO CNCFS; COOPERATIVA AGRICOLA DE PENELA DA BEIRA CRL; INSTITUTO POLITECNICO DE BRAGANÇA; INSTITUTO POLITECNICO DE VISEU; PABI , S.A; UNIVERSIDADE DE TRÁS OS MONTES E ALTO DOURO
Em 2015, a produção nacional de Frutos de Casca Rija ocupava uma superfície de 69 407 ha, correspondendo a 42 139 toneladas, distribuídas pelas diferentes regiões agrárias, destacando-se a região de Trás-os-Montes das restantes, correspondendo a 74,5% da área e 73,7% da produção total nacional. o setor dos Frutos Secos de Casca Rija (FSCR) possui um papel fundamental na sustentabilidade das economias das regiões rurais, sendo, em algumas, a principal fonte de rendimento. No entanto, a produção e consumo de FSCR continuam a assentar numa forte tradição regional, estando a produção concentrada em pomares de pequena dimensão e empresas de tipo familiar, maioritariamente, constituídos por diversas variedades regionais. Mesmo que algumas destas variedades apresentem qualidades organoléticas e nutricionais já reconhecidas e valorizadas internacionalmente, continua a existir uma grande falta de conhecimento ao nível das propriedades de algumas variedades menos conhecidas, sendo, por exemplo, a percentagem de amargos (característica indesejada) ainda bastante significativa.
Assim, é de extrema importância proceder à caracterização físico-química, biológica e sensorial das variedades de FSCR existentes, bem como a identificação de fatores e de possíveis atividades preventivas para evitar o aparecimento de defeitos nestes frutos, nomeadamente o amargor, de forma a valorizar os FSCR para fins diversos, como por exemplo, a culinária, cosmética e indústria farmacêutica, devendo este conhecimento ser transmitido aos produtores. Em paralelo, a fileira também apresenta sérias dificuldades durante a comercialização dos FSCR. A falta de conhecimento de alguns produtores ao nível de como conservar corretamente os seus frutos secos, faz com que em muitas situações as práticas não sejam as mais adequadas. Como exemplo refira-se que em muitas situações a secagem dos FSCR não é bem-feita, acarretando a fermentação dos frutos e originando sabores e odores desagradáveis, que se traduzem em perdas económicas consideráveis. Também os industriais deste setor enfrentam problemas graves quando exportam os FSCR para países tropicais (importantes clientes), uma vez que têm que lidar com ambientes com humidade e temperaturas elevadas, e tempos de transporte longos. Nestas situações podem ser observadas perdas significativas, resultado do desenvolvimento de bolores e rancificação dos frutos.
Assim, a aplicação de novas tecnologias de pós-colheita que permitam manter a qualidade e segurança alimentar destes frutos quando sujeitos a essas condições adversas, permitirá um aumento das exportações para esses países e da qualidade e tempo de prateleira, incrementando o retorno económico dos produtores e industriais deste setor.
Pretende-se promover a inovação de processo e de produto através da implementação de uma nova ou melhorada prática de produção, bem como desenvolver novos produtos que tragam mais-valias aos produtores e transformadores de FSCR. Esta proposta visa valorizar a produção de FSCR em Portugal, com vista a potenciar a sua produção de modo a obter frutos de excelente qualidade, aumentar o seu valor económico e promover a capacidade de exportação dos produtores de FSCR.
Como objetivos específicos refiram-se:
(i) Avaliar as variedades de FSCR plantadas pelos produtores nacionais em termos físico-químicos, biológicos e sensoriais, de forma a identificar o seu uso final, nomeadamente, se são mais adequadas para a culinária, cosmética e indústria farmacêutica;
(ii) Realizar ações de sensibilização aos produtores de modo a informá-los sobre as características das diferentes variedades de FSCR e da importância de realizar um tratamento pós colheita (ex. secagem) adequado e correto;
(iii) Conhecer os principais agentes físicos, químicos e/ou biológicos responsáveis pelas perdas de qualidade do produto exportado;
(iv) Conhecer em pormenor as condições de transporte marítimo a que o miolo e laminados de amêndoa são sujeitos quando exportados para países tropicais (ex. Brasil) e determinar os principais agentes responsáveis pela perda da qualidade (deve ser referido que ao nível da exportação para países tropicais, tais como o Brasil, a amêndoa é o único FSCR exportado pelas empresas da atual parceria);
(v) Demonstrar o comportamento e a adaptabilidade às condições ambientais encontradas no transporte e armazenamento de diferentes variedades de amêndoa (miolo e laminados) quando exportadas para regiões tropicais (ex. Brasil);
(vi) Estabelecer novas tecnologias de pós-colheita a aplicar a frutos com casca (noz), miolo (avelã e amêndoa) e laminados (amêndoa) adequadas para minimizar as perdas e que possam garantir a qualidade e segurança alimentar do produto, em relação à composição nutricional, às características físicas e sensoriais, bem como à carga microbiana, com particular atenção à presença de fungos produtores de micotoxinas, cuja presença se pretende reduzir;
(vii) Transferir conhecimentos e divulgar tecnologias de pós-colheita a aplicar a frutos com casca (noz), miolo (avelã e amêndoa) e laminados (amêndoa) a produtores e transformadores de FSCR para rentabilizar a sua produção e manter a qualidade do produto por um período de tempo mais longo, com ênfase especial à exportação, de modo a aumentar a competitividade deste setor;
(viii) Criar novos produtos para introduzir no mercado nacional e internacional que tragam mais-valias aos produtores e transformadores destes FSCR;
(ix) Elaboração de um Manual de Boas Práticas a facultar aos produtores e Industriais dos FSCR e de outros documentos, tais como folhetos técnicos e artigos científicos que estarão disponíveis (acesso livre) através do web site e newsletters a elaborar no âmbito do presente projeto, bem como através da Plataforma da Rede Rural Nacional;
(x) Divulgação dos resultados obtidos ao longo do projeto de forma a promover a sua disseminação, através do web site, newsletters semestrais, Plataforma da Rede Rural Nacional, realização de colóquios e criação de grupos de trabalho e de grupos focais de divulgação, bem como através da participação em congressos.
Visa contribuir para o incremento da competitividade do setor dos FSCR (amêndoa, noz e avelã), através da caracterização físico-química, biológica e sensorial de variedades regionais com vista à sua futura valorização industrial e melhoria das condições de pós-colheita.
As principais ações desenvolvidas em 2018 foram as seguintes:
No âmbito da transferência de conhecimento e divulgação de resultados, no que respeita ao projeto ValNuts - Valorização dos frutos secos de casca rija (PDR2020-101-030758), foi realizado um Grupo Focal de Divulgação, no dia 26 de junho de 2018 em Penela da Beira, destinado à cultura da amêndoa, noz e avelã. Neste grupo focal contou-se com a presença de alguns agricultores e agentes do setor, discutindo-se os principais problemas a nível de escoamento da produção e entraves na transformação dos Frutos Secos. Marcaram-se algumas visitas aos campos dos agricultores presentes, os quais, se mostraram disponíveis também, para disponibilizar material para os ensaios.
As principais ações desenvolvidas em 2019 foram as seguintes:
Dias abertos e colóquios:
Seminários/Colóquios:
Grupos Focais:
Rede Rural Nacional:
Conclusões Finais: