Decorreu entre 20 e 22 de novembro, em Geisenheim, na Alemanha) a ProWein Media Summit 2019, um fórum dirigido a jornalistas de todo o mundo, sobre os efeitos das Alterações Climáticas na indústria do vinho, as suas estratégias de adaptação e de sustentabilidade, não apenas na vinha e na adega mas, em toda a cadeia, incluindo os consumidores.
A ADVID, foi convidada a participar no Media Summit, com uma apresentação intitulada Medidas de adaptação implementadas na região vinícola do Douro para enfrentar os impactos das alterações climáticas. Esta e as restantes apresentações realizadas no evento, poderão ser consultadas aqui.
No evento foi apresentado o 3º Relatório Empresarial ProWein dedicado ao tema "Mudanças climáticas", um barómetro de tendências, onde é quantificado até que ponto os vários representantes da indústria internacional do vinho já são afectados pelas alterações climáticas e quais as medidas de adaptação que já foram implementadas. Poderá aceder ao resumo do Relatório aqui, bem como ao vídeo da sua apresentação (Prof. Drª Simone Loose).
A título de exemplo, segundo o relatório:- as mudanças climáticas já são “percepcionadas” há cinco anos: primeiro por pequenos produtores (98%), depois por cooperativas (89%) e finalmente por grandes produtores (75%), bem como por exportadores (70%) , importadores (59%) e comércio por atacado (63%), mas por razões diferentes. Se os produtores enfrentam consequências agrícolas e enológicas (colheitas escassas e variáveis, redução ao longo do tempo, Stress hídrico, maior pressão de doenças, investimentos em novas variedades), os outros actores devem enfrentar a instabilidade do preço, da quantidade e qualidade do vinho. As certificações são também uma ferramenta útil que diferentes organismos estão agora a propor em todos os países do mundo.
No que diz respeito à qualidade, mais de 50% dos participantes no relatório confirmaram uma mudança sensorial no produto final, o que levou muitas empresas a usar tecnologias e produtos na vinificação para atenuar esses efeitos: isso aplica-se a 49% dos grandes empresas e engarrafadores e apenas para 17% das cooperativas e pequenos produtores. O motivo pode ser duplo: as pequenas empresas têm menos oportunidades de investir, mas também é referido os diferentes mercados e consumidores; portanto, menos oportunidade ou necessidade de intervir.
Em relação à quantidade de vinho disponível, a sua variação afecta principalmente as grandes empresas (48%) e exportadores (32%), bem como a volatilidade dos preços (53% das grandes empresas e 50% dos exportadores, 45 % dos quais incluem traders). Isso ocorre em um contexto de erosão de preços devido a anos de superprodução em comparação com uma procura constante, se não decrescente, de consumo, que reduziu o lucro de 53% das cooperativas e 44% das grandes empresas e engarrafadoras. Um ponto sensível para as empresas: menos lucro significa menos disposição financeira para investir e mitigar o impacto da crise climática.
Notícia enviada pela ADVID, membro da Rede Rural Nacional.