O projeto H2OptiDemo – Práticas de gestão para o uso eficiente da água em pomóideas e tomate de indústria, que congrega o Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN‐CC), a Federação Nacional das Organizações de Produtores (FNOP), a Hidrosoph, SA a Campotec, SA e a Torriba, SA foi recentemente aprovado e conta o financiamento da entidade promotora, a Fundação Calouste Gulbenkian.
Dando resposta ao repto proposto pelo Programa da Gulbenkian para o Desenvolvimento Sustentável, que tem como um dos principais objetivos para o desenvolvimento sustentável, estimular novas práticas de produção e consumo mais sustentáveis através do uso eficiente de recursos. No âmbito deste programa, a Gulbenkian dinamizou um concurso para projetos de demonstração de boas práticas na gestão da água de rega. Em resposta a este desafio surgiu o Projeto H2OptiDemo.
Este projeto com a duração de um ano, pretende durante este espaço temporal tirar partido das valências que cada uma das entidades parceiras e como objetivo otimizar a demonstração de boas práticas na gestão da água de rega em maçã, pera e tomate de indústria nas duas principais zonas geográficas a nível nacional em que estas culturas são produzidas, o Oeste e o Ribatejo. Durante o decorrer do projecto pretendemos realizar várias atividades de transferência de conhecimento, nomeadamente, workshop’s sobre gestão de rega otimizada, workshop’s formativos de capacitação e demonstração, dias abertos nos campos de demonstração, intercâmbios técnicos internacionais e seminários.
No final do projeto, é pretendido:
‐ Aumentar o seu conhecimento sobre novos sistemas de gestão da rega inovadores, face aos cenários de alterações climáticas e avaliação do funcionamento dos sistemas de rega;
‐ Maximizar a capacitação para o uso de ferramentas de apoio à gestão, suportada em tecnologias de monitorização e no conhecimento do bom funcionamento dos sistemas de rega,
adaptadas à sua realidade, de forma a aumentar do uso eficiente da água de rega no médio e longo prazo;
‐ Aumentar os conhecimentos do funcionamento dos sistemas de rega e capacitar para a utilização de soluções técnicas simples que permitam a quantificação da água de rega e a introdução à gestão da mesma ao longo do ciclo, tendo por base custo/benefício.
Estas competências, terão como resultado final a mudança de comportamentos para uma utilização eficiente da água, mas também a mudança de imagem do setor agrícola junto opinião pública e da sociedade em geral, pretendendo assim, esclarecer com evidencias, alguns setores da sociedade sobre a forma como atualmente se está a utilizar a água na agricultura intensiva.
As três entidades mais representativas da fileira hortofrutícola (COTHN‐CC, Portugal Fresh e FNOP) apresentaram à Senhora Ministra da Agricultura Maria do Céu Antunes, uma Estratégia Nacional para a Fileira Hortofrutícola no dia 2 de março de 2020. Tendo por base a detalhada análise estratégica apresentada pelo setor, na qual se identificam de forma muitoconcreta os grandes desafios da fileira para a próxima década e que passam essencialmente:
‐ pelas alterações climáticas, no que toca à disponibilidade de água e aos fenómenos extremos climáticos;
‐ pela competitividade da nossa fileira face aos nossos concorrentes mais diretos, em particular pelos custos de produção, especialmente os custos energéticos e a velocidade de incorporação das inovações tecnológicas;
‐ pela sustentabilidade e resiliência, quer ao nível económico, ambiental e social.
Para qualquer um destes desafios a água tem um papel central. Tendo isto como foco identificaram‐se medidas, quer ao nível do investimento, quer ao nível das medidas agroambientais, que podem contribuir para um uso mais racional e eficiente da água. De entre as medidas destaca‐se a necessidade de dar continuidade às medidas relacionadas com o uso eficiente da água no âmbito do PDR e do PO, tendo por base uma maior eficiência. Este projeto apoiado pela Fundação Gulbenkian, vai permitir, de forma muito concreta, contribuir para divulgar e apoiar a implementação de tecnologias para uma boa gestão da água de rega.
Esperamos por isso, que este projeto tenha um impacto extremamente positivo e abrangente na transferência destas boas práticas para os produtores hortofrutícolas quer na região do Ribatejo e Oeste como noutras regiões hortofrutícolas a nível nacional.
Fonte: Comunicado de Imprensa Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN)