Inovação para a Agricultura

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PodaCitrus - Otimização da poda em citrinos, com vista à melhoria da qualidade da produção e à diminuição da incidência de doenças que afetam o aspeto do fruto

Entidade líder do projeto: UNIVERSIDADE DO ALGARVE;
Responsável pelo projeto: Amílcar Duarte
Site do projeto: https://podacitrus.webnode.pt/
Área do plano de ação: Cultura de citrinos
Parceiros:

CENTRO OPERATIVO E TECNOLÓGICO HORTOFRUTÍCOLA NACIONAL; CITRIAROEIRA- PRODUÇÃO CITRÍCOLA , LDA; FRUSOAL - FRUTAS SOTAVENTO ALGARVE LDA; JOAO FRANCISCO VARGUES SANTANA


Prioridade do FEADER: P5E) promoção da conservação e do sequestro de carbono na agricultura e na silvicultura;
Identificação do problema ou oportunidade que se propõe abordar:

A cultura de diferentes espécies de citrinos (laranjeiras, tangerineiras, limoeiros, toranjeiras, limeiras e outros) tem grande interesse a nível nacional, ocupando mais de 20 000 ha (INE, 2015). No Algarve, os citrinos são a principal cultura da região com uma produção superior a 230 mil toneladas em 2015 (INE, 2015). A produção de citrinos tem tido uma evolução positiva nos últimos anos, com renovação de pomares, à custa de avultados investimentos, alguns deles com apoio de fundos públicos. O setor tornou-se mais competitivo, com aumento da produtividade dos pomares e melhor inserção no comércio internacional. A exportação passou a ser o destino de muita da fruta produzida no Algarve. Em 2014 foram exportadas cerca de 111 849 toneladas de citrinos, com um valor superior a 70 milhões de euros (INE, 2015). A mecanização de operações culturais tem contribuído para a contenção de custos. Persistem alguns problemas: A produção nacional é cada vez mais indiferenciada, uma vez que as cultivares características da nossa citricultura (‘Setubalense’, ‘Encore’, ‘Carvalhais’, ‘D. João’ e outras) têm vindo a diminuir as suas áreas, devido a algumas dificuldades no cultivo e na comercialização. A tangerineira ‘Encore’ é conhecida pelo seu ótimo sabor, bom calibre e tem uma época de maturação muito favorável, porque ocorre num período em que quase não há tangerinas no mercado. Porém, tem um problema de alternância de produções e de defeitos epidérmicos dos frutos do fruto, as quais são cada vez menos aceites no mercado (Pinto e Duarte, 1999).

A tangerineira ‘Setubalense’ é uma cultivar nacional que tem procura em nichos de mercado, devido ao seu excelente sabor, mas também é alternante, como a ‘Encore’. As elevadas produções nos anos de safra conduzem à diminuição da qualidade do fruto e nos anos de contrassafra a colheita é muito pequena, não chegando para compensar os custos de produção (Pacheco, 2015). A laranjeira ‘D. João’ é uma cultivar portuguesa com grande tradição na nossa citricultura e que tem suscitado muito interesse por parte dos agricultores e viveiristas nos últimos anos devido ao facto de o fruto ter elevada qualidade e manter essa qualidade, mesmo quando se atrasa a colheita, para comercializar a fruta no fim do verão, quando há menos laranjas no mercado e os preços são mais elevados. O inconveniente desta cultivar é alguma tendência para a alternância de produções, que, embora não tão forte como nas cultivares referidas anteriormente, constitui um inconveniente para os agricultores e para as suas organizações. Outro problema frequente nos últimos anos é o aparecimento de defeitos epidérmicos nos frutos desta e de outras cultivares de citrinos (sobretudo nas laranjeiras ‘Lanelate’ e ‘Valencia Late’). Estes defeitos epidérmicos são causados por fungos, pragas e desordens fisiológicas desvalorizam a fruta. Este problema pode estar relacionado com a diminuição da frequência de poda das árvores e uma alteração da forma de a fazer, relacionadas com a necessidade de reduzir custos de produção. A poda passou a ser mais ligeira, deixando madeira velha na copa das árvores, local onde algumas pragas e fungos podem permanecer e proliferar, passando depois a atacar os frutos (Azevedo et al., 2013).

Com este projeto pretende-se ensaiar operações culturais a aplicar no campo, conducentes a uma inovação significativa do processo de produção de citrinos ao nível da poda, com vista a solucionar os problemas descritos, contribuindo assim para a melhoria da produção de frutos. O financiamento público de um projeto que vise a inovação nesta área da poda é particularmente importante porque, ao contrário do que acontece com o desenvolvimento de novos adubos ou produtos fitossanitários, as empresas fornecedoras de fatores de produção para a agricultura não têm interesse e não promovem a inovação nesta área, uma vez que ela não traz benefícios para essas empresas, apesar de poder trazer enormes benefícios para o agricultor. A inovação ao nível da poda das árvores pode mesmo conduzir a uma diminuição das necessidades de aplicação de produtos fitossanitários, ao diminuir as zonas de abrigo para doenças e pragas. O projeto incide assim exclusivamente na produção primária de frutos cítricos, melhorando significativamente o seu processo de produção.


Objetivos visados:

Esta iniciativa visa otimizar a poda, permitindo diminuir o grau de alternância das tangerineiras ´Setubalense’ e ‘Encore’ e das laranjeiras ‘D. João’ e ‘Valencia Late’. Isso permitirá ter no mercado duas cultivares de tangerineira de elevada qualidade organolética, sendo uma delas comercializada numa época em que quase não há tangerinas no mercado. A produção de frutos destas duas cultivares contribui para a diferenciação da citricultura portuguesa relativamente à de países competidores.

Outro objetivo central é a diminuição da incidência de defeitos epidérmicos dos frutos de diversas cultivares de citrinos, com especial ênfase nas laranjeiras ‘Lanelate’, ‘D. João’ e ‘Valencia Late’ e na tangerineira ‘Encore’ através da compreensão das causas desses defeitos e da implementação de práticas de poda que minimizem o seu aparecimento. Com isto diminui-se a quantidade de fruta que se perde, por impossibilidade de ser comercializada. Assim, estabelecem-se os seguintes objetivos específicos:

- Definir uma estratégia de poda que permita atenuar a alternância de produções em citrinos;

- Definir uma estratégia de poda que permita reduzir a incidência de defeitos epidérmicos dos frutos de citrinos.


Sumário do plano de ação:

A produção de citrinos tem tido uma evolução positiva nos últimos anos, com renovação de pomares, à custa de avultados investimentos, alguns deles com apoio de fundos públicos. O sector tornou-se mais competitivo, com aumento da produtividade dos pomares e melhor inserção no comércio internacional. A poda é um aspeto do cultivo que tem sido negligenciado.

Este projeto consiste num conjunto de ensaios de poda, com vista à diminuição da alternância de produções de algumas cultivares tradicionais e/ou muito importantes na citricultura portuguesa (‘Setubalense’, ‘Encore’, ‘D. João’, ‘Valencia Late’ e ‘Lanelate’). Com este projeto contribui-se para o aumento da produtividade dos pomares e para a diminuição de defeitos epidérmicos dos frutos, através da modernização das técnicas de poda e da sua adequação a cada uma destas cultivares de citrinos.


Pontos de situação / Resultados:

A execução física deste grupo operacional baseou-se na realização de um amplo conjunto de ensaios, em pomares de agricultores e empresas agrícolas, algumas das quais foram parceiras do projeto. Alguns destes ensaios funcionaram também como campos de demonstração.

Confira o resumo de alguns dos ensaios realizados. Alguns dos ensaios deram resultados relevantes que já foram publicados ou se encontram em fase de publicação. 

Resultados obtidos no GO PodaCitrus